quinta-feira, 18 de julho de 2013

Opinião:Diálogos no Silêncio... Na senda do Eu! de Ricardo Osório de Barros


Este pequeno livrinho lê-se rapidamente e com satisfação. Contudo, a história não é assim tão simples. E enquanto se avança na leitura e vemos a evolução da personagem principal, os seus momentos perturbadores e os meios que experimenta para os superar, parece que nos estamos a olhar ao espelho e a voltar a ser adolescentes. Ou universitários, ou pós-universitários. Muitos dos obstáculos que encontra são todos aqueles que encontramos. E se nós leitores, soubemos lidar bem com eles, de certeza que conhecemos também quem teve as mesmas dificuldades em superá-los que estão descritas neste livro.
Por fim é através da religião que encontra o seu caminho. Esta parte do livro decerto agradará a quem tem um quotidiano mais católico, mas desagradará totalmente a muitos leitores. Contudo, e como em tantos livros, também o poderemos apreciar se soubermos ser isentos.
O que de facto acho que faltou no livro foi algum desenvolvimento. Muitas partes deste livro mereciam ser contadas em mais detalhe. Enriquecia o livro, favorecia a reflexão que ele nos trás. Contudo, o facto do livro ser breve também pode ser um ponto a favor. Nem todos os livros têm de ser longos.

Sinopse:
«Num penetrante texto, e com um estilo inconfundível, singularizado pela precisão e por uma notável naturalidade, o autor resume o seu conteúdo central numa pequena mas ambiciosa frase: “a busca da felicidade na sua plenitude mais pura. Não dos prazeres esporádicos e fugazes que a vida nos vai dando aqui e ali, mas antes de uma felicidade absoluta e plena”. (…)A complexidade e a vulnerabilidade das relações pessoais, a experiência da vida como aventura principalmente interior e, sobretudo, o inconformismo e a inadaptação encontram¬ se bem presentes no trabalho de Ricardo Barros, onde a nitidez e a articulação das ideias que assinalam o seu estilo adquire uma precisão extraordinária. Não é estranho que no universo narrativo desta obra sobreleve a sensação de que está muito particularizado um latejo íntimo que reflete a desorientação e a perplexidade do ser humano, que emerge de um olhar literário muito peculiar do seu autor e que responde, sem dúvida, à sua própria experiência vital. Talvez a parte mais importante desta obra seja o lugar que é conferido às perguntas contínuas que a personagem fictícia formula acerca do significado dos comportamentos e das atitudes e que abre caminho à exploração de mundos novos e, muitas vezes, ocultos, situando como objeto da literatura as contradições da condição humana. Certamente que a natural diversidade de opiniões sobre uma obra desta natureza indica que é nova, complexa e vital. Quando os críticos e os leitores divergem o autor está de acordo consigo mesmo.»[Licínio Lampreia]
(retirado do site da editora)
 
Temas: Ficção, Alentejo
Colecção: Tribuna Livre - Poesia e Prosa

Sem comentários:

Enviar um comentário